A Geografia Escolar e a reorganização curricular provocada pela reforma do Ensino Médio
DOI:
https://doi.org/10.46789/edugeo.v13i23.1153Resumo
A Reforma do Ensino Médio (2017) e a homologação da BNCC (2018) foram dois importantes instrumentos utilizados para a reestruturação do ensino secundário. Essas mudanças educacionais, de caráter nacional, acompanham um movimento global de reestruturação da educação e do currículo. Nesse artigo, pretende-se apresentar como a disciplina de Geografia situa-se no "Novo Ensino Médio". Para tanto, investigou-se os documentos curriculares das unidades federativas construídos para adequação à Lei 13.415/17. De natureza qualitativa, o presente estudo fundamenta-se metodologicamente na pesquisa documental. Intencionou-se consultar os documentos e matrizes curriculares elaborados pelo Distrito Federal e estados brasileiros, uma vez que a implementação do Ensino Médio ocorre em 2022. Os resultados alcançados demonstram a diminuição, em importância, da Geografia em particular e das humanidades em geral nos sistemas escolares estaduais.
Palavras-chave
Currículo, Novo Ensino Médio, Ensino de Geografia.
Geography and the new curriculum proposed by the High School reform
Abstract
The High School Reform (2017) and the approval of the National Communal Curriculum Base - BNCC from 2018 have been important tools to restructure secondary education. On a national level, these educational changes follow a global movement in restructuring educational systems and subject’s curriculum. The paper aims to show how a subject as geography stands in the “New High School Education System”. Therefore, we have researched documents on curriculum from federal units and drafted to comply with the Law 13.415/17. The present study has a qualitative aspect, and its method relies on the survey of documents. We have consulted documents and curriculum sources drafted by Distrito Federal unit and Brazilian federal states once implementing the “New High School Education System” taking place in 2022. Preliminary results show that geography and humanities now have less relevance in educational systems at state level.
Keywords
Curriculum, New High School Education System, Geography teaching.
Downloads
Referências
BANCO MUNDIAL. Learning for all: investing in people’s knowledge and skills to promote development. Washington: The World Bank Group, 2011.
BEADLE, Phil. Gove's plans send out an anti-education message. The Guardian, Londres, 13 de abril de 2010. Disponível em: https://www.theguardian.com/education/2010/apr/13/gove-education-plans. Acesso em 26 dez. 2021.
BEDNARZ, Sarah Witham. Geography’s secret powers to save the world. The Canadian geographer, v. 63, n. 4, p. 520-529, out./dez. 2019.
BITTAR, Bernardo. Bolsonaro critica faculdades de humanas e apoia redução de investimentos. Correio Braziliense, Brasília, 26 de abril de 2019. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_ensinosuperior/2019/04/26/ensino_ensinosuperior_interna,751722/bolsonaro-critica-faculdades-de-humanas-apoia-reducao-de-investimentos.shtml. Acesso em 26 dez. 2021.
CORTI, Ana Paula. Política e significantes vazios: uma análise da Reforma do Ensino Médio de 2017. Educação em Revista. 2019, v. 35, e201060. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-4698201060. Acesso em 26 dez. 2021.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Reforma do ensino médio do (des) governo de turno: decreta-se uma escola para os ricos e outra para os pobres. Movimento – Revista de Educação, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p. 329-332, 2016.
GIROTTO, Eduardo Donizeti. Entre o cinismo e a hipocrisia: o novo ciclo de reformas educacionais no Brasil. Educar em Revista, Curitiba, v. 34, p. 159-174, set./out, 2018.
KUENZER, Acacia Z. Sistema educacional e a formação de trabalhadores: a desqualificação do Ensino Médio Flexível. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 57-66, jan. 2020.
HARVEY, David. O neoliberalismo: história e implicações. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2011.
LOPES, Reginaldo. Projeto de Lei 6.840/13. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para instituir a jornada em tempo integral no ensino médio, dispor sobre a organização dos currículos do ensino médio em áreas do conhecimento e dá outras providências. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1200428&filename=PL+6840/2013. Acesso em 26 dez. 2021.
MARTINS, André S. Formulações da classe empresarial para a formação humana: da educação política à educação escolar. Revista Contemporânea de Educação, Rio de Janeiro, v. 10, n. 20, p. 292–313, jul./dez., 2015.
MENDONÇA, Ana. Apoiador sugere a Bolsonaro adotar 'abordagem educacional' de Hitler. Correio Braziliense, Brasília, 22 de novembro de 2021. Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2021/11/4965046-apoiador-sugere-a-bolsonaro-adotar-abordagem-educacional-de-hitler.html. Acesso em 26 dez. 2021.
PERONI, Vera Maria Vidal; CAETANO, Maria Raquel; LIMA, Paula Valim de. Neoliberalismo e neoconservadorismo nas políticas educacionais para a formação da juventude brasileira. Jornal de Políticas Educacionais, v. 15, n. 36, ago. 2021. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/jpe/article/view/82294>. Acesso em: 16 dez. 2021.
SAHLBERG, Pasi. Global Educational Reform Movement is here! Disponível em: https://pasisahlberg.com/global-educational-reform-movement-is-here/. Acesso em 28 dez. 2021.
SANTOS, José Erimar dos. Desordem e regresso: a “nova” reforma do ensino médio e a deficiência cívica sem o saber pensar o espaço e sem o saber nele agir. Geografia Ensino & Pesquisa, Santa Maria, v.23, n. 4, 2019.
XAVIER, Getúlio. Se Dilma tivesse concluído o mandato Lula teria sido eleito em 2018, diz Bolsonaro. Carta Capital, São Paulo, 07 de dezembro de 2021. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/se-dilma-tivesse-concluido-o-mandato-lula-teria-sido-eleito-em-2018-diz-bolsonaro/. Acesso em 26 dez. 2021.
YOUNG, Michael. O Futuro da educação em uma sociedade de conhecimento: o argumento radical em defesa de um currículo centrado em disciplinas. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, v. 16, n. 48, p. 609-623, set.- dez. 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na Revista Brasileira de Educação em Geografia, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. E declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98)
2. A Revista Brasileira de Educação em Geografia tambem segue a "Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre".
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
