Fundamentos do raciocínio geográfico e educação geográfica brasileira
DOI:
https://doi.org/10.46789/edugeo.v14i24.1478Palavras-chave:
Fundamentos teóricos e metodológicos, Ensino de Geografia, Professores, Formação docente inicialResumo
A tese central deste artigo é refletir sobre a relevância do campo epistemológico da ciência geográfica para o ensino, destacando a importância de seus fundamentos teórico-metodológicos na compreensão das dinâmicas sociais em um mundo em constante transformação. Além disso, contextualiza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como uma política pública voltada à promoção da equidade e igualdade de acesso universal ao conhecimento geográfico. Partindo de uma análise histórica e epistemológica, o texto resgata contribuições de autores clássicos da Geografia para consolidar a compreensão sobre o raciocínio geográfico e refletir sobre seus princípios fundamentais na educação geográfica. O percurso metodológico, de natureza qualitativa e reflexiva, envolve o estudo de obras clássicas da Geografia para identificar os princípios do raciocínio geográfico e discutir sua relevância para o ensino da disciplina. Esse raciocínio emerge das conexões realizadas pelo sujeito com o mundo que o cerca, por meio de um vocabulário conceitual específico, fortalecendo o conhecimento geográfico no currículo.
Palavras-chave
Fundamentos teóricos e metodológicos; Ensino de Geografia; Professores; Formação docente inicial.
FUNDAMENTOS DE RAZONAMIENTO GEOGRÁFICO Y EDUCACIÓN GEOGRÁFICA BRASILEÑA
Resumen
La tesis central de este artículo es reflexionar sobre la relevancia del campo epistemológico de las ciencias geográficas para la enseñanza, destacando la importancia de sus fundamentos teórico-metodológicos en la comprensión de las dinámicas sociales en un mundo en constante transformación. Además, contextualiza la Base Curricular Común Nacional (BNCC) como una política pública orientada a promover la equidad y el acceso universal igualitario al conocimiento geográfico. A partir de un análisis histórico y epistemológico, el texto rescata aportes de autores clásicos de la Geografía para consolidar la comprensión del razonamiento geográfico y reflexionar sobre sus principios fundamentales en la educación geográfica. El camino metodológico, de carácter cualitativo y reflexivo, implica el estudio de obras clásicas de Geografía para identificar los principios del razonamiento geográfico y discutir su relevancia para la enseñanza de la materia. Este razonamiento surge de las conexiones que realiza el sujeto con el mundo que lo rodea, a través de un vocabulario conceptual específico, fortaleciendo los conocimientos geográficos en el currículo.
Palabras clave
Fundamentos teóricos y metodológicos; Enseñanza de Geografía; Maestros; Formación inicial del profesorado.
FUNDAMENTALS OF GEOGRAPHIC REASONING AND BRAZILIAN GEOGRAPHIC EDUCATION
Abstract
The central thesis of this article is to reflect on the relevance of the epistemological field of geographic science for teaching, highlighting the importance of its theoretical-methodological foundations in understanding social dynamics in a world in constant transformation. Furthermore, it contextualizes the National Common Curricular Base (BNCC) as a public policy aimed at promoting equity and equal universal access to geographic knowledge. Starting from a historical and epistemological analysis, the text rescues contributions from classic Geography authors to consolidate the understanding of geographic reasoning and reflect on its fundamental principles in geographic education. The methodological path, qualitative and reflective in nature, involves the study of classic works of Geography to identify the principles of geographic reasoning and discuss their relevance for teaching the subject. This reasoning emerges from the connections made by the subject with the world around him, through a specific conceptual vocabulary, strengthening geographic knowledge in the curriculum.
Keywords
Theoretical and methodological foundations. Teaching Geography. Teachers. Initial teacher training.
Downloads
Referências
ASCENÇÃO, V. O. R.; VALADÃO, R. C. Professor de geografia: entre o estudo do fenômeno e a interpretação da espacialidade do fenômeno. Scripta Nova - Revista Electrónica de Geografía Y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona. Vol. XVIII, núm. 496 (03), 2014. Disponível em https://revistes.ub.edu/index.php/ScriptaNova/article/view/14965 Acesso em 06 de maio de 2023.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Texto promulgado em 05 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. Disponível em https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96 Acesso em 06 de maio de 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Planejando a Próxima Década. Conhecendo as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Ministério da Educação/Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (MEC/Sase). Brasília, 2014. Disponível em http://pne.mec.gov.br/#onepage Acesso em 06 de maio de 2023.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. MEC/Secretaria de Educação Básica. Brasília. 2018. Disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br Acesso em 06 de maio de 2023.
CABRAL, T. M.; CECIM, J. S. R.; STRAFORINI, R. A realidade do aluno como tradição pedagógica em disputa na Geografia escolar (1920-2020). Revista Brasileira de História da Educação, v. 21, 2021. Disponível em https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/55930 Acesso em 21 de maio de 2024. DOI: https://doi.org/10.4025/10.4025/rbhe.v21.2021.e184
CARLOS, A. F. A.; OLIVEIRA, A. U. (orgs.) Reformas no mundo da educação: parâmetros curriculares e geografia. São Paulo: Contexto, 1999.
CARLOTO, D. R. (2017). Território Usado: o elo perdido no federalismo brasileiro. Ateliê Geográfico, 11(2), 76-94. Disponível em https://doi.org/10.5216/ag.v11i2.44572 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.5216/ag.v11i2.44572
CASTELLAR, S. M. V. Cartografia escolar e o pensamento espacial fortalecendo o conhecimento geográfico. Revista Brasileira de Educação em Geografia, Campinas, v. 7, n. 13, p. 207-232, jan./jun., 2017. Disponível em www.revistaedugeo.com.br Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.46789/edugeo.v7i13.494
CASTELLAR, S. M. V. Cartography, spatial thinking and the study of cities in geographical education. Boletim Paulista de Geografia, v. 99, p. 142-160, 2018. Disponível em https://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/boletim-paulista/article/view/1484 Acesso em 06 de maio de 2023.
CASTELLAR, S. M. V. Raciocínio geográfico e a teoria do reconhecimento na formação do professor de geografia. Signos geográficos. Boletim NEPEG de Ensino de Geografia, v. 1, 2019. Disponível em https://www.revistas.ufg.br/signos/article/view/59197/33478 Acesso em 06 de maio de 2023.
CASTELLAR, S. M. V.; PEREIRA, C. M. R. B.; GUIMARÃES, R. B. For a powerful geography in the brazilian national curriculum. In: CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella; GARRIDO-PEREIRA, Marcelo. LACHE, Nubia Moreno (org.) Geographical reasoning and learning: perspectives on curriculum and cartography from South America. Switzerland: Springer, 2021. p. 15-31.
DUARTE, R. G. School Cartography and Spatial Thinking of Brazilian Students at the end of Junior High School. Boletim Paulista de Geografia, v. 99, p. 142-160, 2018. Disponível em https://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/boletim-paulista/article/view/1475 Acesso em 06 de maio de 2023.
FISHER, J. W. Impacting teachers’ and students’ spiritual well-being. Journal of Beliefs & Values-studies in Religion & Education, 29, 3, p. 252-261, 2008. Disponível em https://www.tandfonline.com/journals/cjbv20 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.1080/13617670802465789
GOMES, P. C. C. Quadros geográficos: uma forma de ver, uma forma de pensar. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.
HARTSHORNE, R. Propósitos e Natureza da Geografia. São Paulo: Hucitec, 1978.
HUMBOLDT, A. V. Cosmos: ensaio de uma descrição física do mundo. Vol. 5. Tradução Josefina G. Mendoza. Madrid: Alianza, 1982.
HETTNER, A. O Sistema das Ciências e o Lugar da Geografia. GEOgraphia. Niteroi, vol. 2, n.3, p. 143-146, 2000. Tradução de Ruy Moreira. Disponível em: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2000.v2i3.a13380 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2000.23.a13380
LA BLACHE, P. V. O Princípio da Geografia Geral. GEOgraphia. Niterói, v. 3, n. 6, p. 93-100, 2001. Tradução de Rogério Haesbaert e Sylvain Souchaud. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2001.v3i6.a13415 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2001.36.a13415
LACOSTE, Y. La géographie, ça sert, d'abord, à faire la guerre. Paris: La Découverte, 1976.
LIBÂNEO, J. C. Políticas educacionais no Brasil: desfiguramento da escola e do conhecimento escolar. Cadernos de Pesquisa, v. 46 n.159 p.38-62 jan./mar. 2016. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/cp/v46n159/1980-5314-cp-46-159-00038.pdf Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/198053143572
PEREIRA, C. M. R. B. Um mundo de aproximações geográficas com a obra de Chico Buarque: música, linguagem e pensamento geoespacial. Boletim Paulista de Geografia, v. 99, p. 142-160, 2018. Disponível em https://www.agb.org.br/publicacoes/index.php/boletim-paulista/article/view/1472 Acesso em 06 de maio de 2023.
PEREIRA, C. M. R. B.; CASTELLAR, S. M. V.; LIMA, A. C. F. Geographical education as powerful knowledge in the Brazilian curriculum. Research in Geographic Education. Vol. 24. N. 1. 2023. Texas State University. Disponível em https://rge.grosvenor.txst.edu/issues/volume-24-number-1.html Acesso em 10 de dezembro de 2023.
RATZEL F. Géographie Politique. Paris, Éditions Régionales Européennes, 1988.
RATZEL F. (1901) O espaço da vida: um estudo biogeográfico. GEOgraphia, vol. 21, n. 45, 2019: jan./abr. Tradução de Leonardo Arantes. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2019.v21i47.a40770 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2019.v21i45.a28983
RECLUS, E. Do sentimento da natureza nas sociedades modernas e outros escritos. Org e Trad. Plínio Augusto Coelho. São Paulo: Edusp, 2015
RITTER, C. Algumas observações sobre o ensino metódico na Geografia. GEOgraphia. Niterói, v. 18, n. 36, p. 213-226, 2016. Tradução de Leonardo Arantes. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2016.v18i36.a13751 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2016.1836.a13751
RITTER, C. Sobre o elemento histórico na ciência geográfica. 1833. GEOgraphia. Niterói, v.20, n. 43, p. 136-155, 2018. Tradução de Leonardo Arantes. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2018.v20i43.a27216 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2018.v20i43.a27216
ROBERTS, M. Geography through enquiry: approaches to teaching and learning in the secondary school. Second edition. Sheffield: Geographical Association, 2023.
SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 3 ed. São Paulo: HUCITEC, 1996.
SAUER, C. O. Geografia cultural. In CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (orgs.) Geografia cultural: um século (1). Rio de Janeiro: EdUERJ, 2000. (p. 99-110)
SAVIANI, D. Política educacional brasileira: limites e perspectivas. Revista de Educação PUC Campinas. Campinas, n. 24, p. 7-16, junho 2008. Disponível em https://periodicos.puc-campinas.edu.br/reveducacao/article/view/108 Acesso em 06 de maio de 2023.
SILVEIRA, M. L. Uma situação geográfica: do método à metodologia. Revista TERRITÓRIO, ano IV, nt1 6, jan./jun. 1999. Disponível em http://www.laget.eco.br/territorio/sumario_06.htm Acesso em 07 de abril de 2020.
SORRE, M. A geografia humana (Introdução). GEOgraphia, Niterói, v. 5, n. 10, p. 137-143, 2003. Tradução de Ruy Moreira. Disponível em: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2003.v5i10.a13461 Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2003.v5i10.a13461
SPOSITO, M. E. B. (org.) Livros didáticos de Geografia e História: avaliação e pesquisa. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2006.
STRAFORINI, R. O ensino de Geografia como prática espacial de significação. Revista Estudos Avançados, n. 32 93, p. 175-195, 2018. Disponível em https://www.scielo.br/j/ea/a/kRrXfwBFZLLDtKqNRmgRHpH/?lang=pt&format=pdf Acesso em 06 de maio de 2023. DOI: https://doi.org/10.5935/0103-4014.20180037
STRAFORINI, R. Ensinar geografia: o desafio da totalidade-mundo nas séries iniciais. São Paulo: Annablume, 2004.
TOULMIN, S. Os usos do argumento. Trad. R. Guarany. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na Revista Brasileira de Educação em Geografia, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. E declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98)
2. A Revista Brasileira de Educação em Geografia tambem segue a "Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre".
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).