NOTAS SOBRE IMAGENS PARA ENSINAR GEOGRAFIA
Resumo
Este texto tem a intenção de estabelecer algumas notas sobre as imagens de identidades posicionadas como ‘Outras’ na nossa sociedade. O fio condutor escolhido foi minha trajetória de pesquisa acadêmica, iniciada pelo livro didático de Geografia e permeada pela mídia. Objetiva-se produzir uma analítica do olhar, que conduza pelos seus enunciados uma reflexão sobre aquilo que nomeia o sujeito. Isto permite a constatar o que divide, separa, categoriza, normaliza, territorializa as identidades e, consequentemente, produz significados sobre os sujeitos. Com este pressuposto as reflexões travadas mostram encaixes e desencaixes do livro didáticos na contemporaneidade, dita como uma época de intensas mudanças nos modos de ser e aprender. Como os significados, inscritos nos livros didáticos, estão próximos ao mundo da vida, do cotidiano dos estudantes - por circularem com os mesmos significados em TV, jornais, revistas, propagandas, internet, etc. - estas imagens não estão restritas à sala de aula, somente no momento de leitura. Ampliam-se para fora da escola, onde se tornam vetores para as práticas culturais destes estudantes. O que se aprende com os significados inscritos nas imagens, pode ser potencializado para o cotidiano, ou seja, nas suas práticas sociais. Isto quer dizer que não há uma linha de fronteira intransponível entre o que se aprende na escola e os modos de ser e estar na sociedade destes estudantes. Por fim, constato que, nesta minha trajetória de tempo, outros significados não estão circulando nessas imagens, a mesmicidade do discurso barra outros significados, mesmo diante de tantas ações afirmativas implantadas pelas políticas públicas educacionais. Esta permanência discursiva, fortemente visualizada, precisa ser urgentemente pensada.
Palavras-chave
Enino de Geografia, Imagem, Discurso, Subjetivação, Mídia.
NOTES ON IMAGES TO TEACH GEOGRAPHY
Abstract
This paper aims at providing notes on images of identities regarded as others in our society. My own academic research starting on with my Geography textbook and cut through by media was the guiding thread I have chosen. We aim at having a critical gaze upon what guides the subject, divides, separates, ranks, normalises, territorialises, and makes meanings of subjects. Based on this assumption, reflections show pros and cons of the textbook in contemporary times, a period of deep changes in the way of being and learning. as meanings inscribed in textbooks are close to lifeworld, students’ everyday life, as they have the same meanings in other places: TV, newspapers, magazines, ads, internet, these images do not belong only to the classroom during reading. Outside of school they are drives for these students’ cultural practices. What one learns with image-inscribed meanings they bring to their everyday life, there is no border between what these students learn in school and their ways of being in society. Finally, I have found out that other meanings are not in these images in these times, discourse sameness barring other meanings, even with so many affirmatives education policies have introduced. This strongly visualised discursive permanence must be urgently investigated.
Keywords
Geography teaching, Image, Discourse, Subjectivation, Media.
ISSN: 2236-3904
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