Ensino de escala

representações gráficas e atividades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46789/edugeo.v15i25.1403

Palavras-chave:

Escala, Ensino, Representações gráficas, ​Atividades escolares

Resumo

Uma parte significativa dos alunos de Geografia apresenta dificuldades na compreensão de escala e baixo desempenho nos respectivos exercícios escolares. A polissemia do termo e a necessidade de uso do raciocínio lógico matemático contribuem para essa questão. Esses problemas ganham ainda mais destaque quando se analisa a importância do conceito de escala para as atividades de ensino e pesquisa de inúmeras áreas do conhecimento. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão sistemática dos significados, representações gráficas e atividades utilizadas no ensino de escala. Dentre as inúmeras acepções, as quatro definições mais aceitas de escala foram abordadas: cartográfica, geográfica, operacional/fenômeno e de observação/medição. Os diferentes significados e os potenciais equívocos de interpretação foram discutidos. As representações gráficas mais didáticas sobre escala foram reproduzidas e comentadas. Uma proposta de representação para o ensino de escala foi elaborada, a partir da adaptação da árvore lógica do conceito de escala de Le Sann (2001). Os exercícios de escala foram sistematizados conforme os seguintes critérios: nível de participação dos alunos, potencial de reutilização, tempo, custo e respectivos pontos fortes e fracos. 

Palavras-chave

Escala; Ensino; Representações gráficas; ​Atividades escolares. 

 

Teaching of scale: graphic representations and activities

Abstract

A considerable number of geography students have difficulties understanding scale and poor performance in school exercises. The polysemy of the term and the need to use logical-mathematical reasoning contribute to this issue. These problems gain even more prominence when analyzing the importance of the concept of scale for teaching and research activities in numerous areas of knowledge. The objective of this work is to carry out a systematic review of the meanings, graphic representations, and activities used in teaching of scale. Among the countless meanings, the four most accepted definitions of scale were addressed: cartographic, geographic, operational/phenomenon, and observation/measurement. The different meanings and potential misinterpretations were discussed. The most didactic graphic representations on the scale were reproduced and commented on. A representation proposal for teaching scale was developed, based on the adaptation of the logical tree of Le Sann's (2001) scale concept. The scale exercises were systematized according to the following criteria: level of student participation, potential for reuse, time, cost, and respective strengths and weaknesses.

Keywords

Scale; Teaching; Graphic representations; School activities.

 

Enseñanza de escala: representaciones gráficas y actividades

Resumen

Un número importante de estudiantes de geografía tienen dificultades para comprender la escala y un bajo rendimiento en los ejercicios escolares. La polisemia del término y la necesidad de utilizar razonamientos lógicos matemáticos contribuyen a esta cuestión. Estos problemas ganan aún más protagonismo cuando se analiza la importancia del concepto de escala para las actividades de docencia e investigación en numerosas áreas del conocimiento. El objetivo de este trabajo es realizar una revisión sistemática de los significados, representaciones gráficas y actividades utilizadas en la enseñanza de escala. Entre los innumerables significados, se abordaron las cuatro definiciones de escala más aceptadas: cartográfica, geográfica, operativa/fenómeno y observación/medición. Se discutieron los diferentes significados y posibles malas interpretaciones. Se reprodujeron y comentaron las representaciones gráficas a escala más didácticas. Se desarrolló una propuesta de representación para la enseñanza de la escala, basada en la adaptación del árbol lógico del concepto de escala de Le Sann (2001). Los ejercicios de escala se sistematizaron según los siguientes criterios: nivel de participación de los estudiantes, potencial de reutilización, tiempo, costo y respectivas fortalezas y debilidades.

Palabras clave

Escala; Enseñanza; Representaciones gráficas; Actividades escolares.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alfredo Pereira de Queiroz, Universidade de São Paulo

Professor titular em Geografia (2023), Livre-Docente em Geografia - FFLCH - USP (2019), Pós doutorado no Institut des Hautes Etudes de LAmérique Latine (IHEAL) Université Paris III Sorbonne Nouvelle (2008-09), Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da USP (2005), Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP (1993), Graduado em Geografia FFLCH - USP (1989), Professor de Cartografia e Análise Espacial (graduação e pós-graduação) do Departamento de Geografia - FFLCH - USP (desde 2001). Bolsista Produtividade CNPQ (2). Coordenador da CoC licenciatura da Geografia (2023-2025), Vice-coordenador da Pós-graduação em Geografia Física (2023-2025). Presidente da Comissão de Pesquisa da FFLCH-USP (2021-22). Vice-coordenador da CoC bacharelado da Geografia (2016-2024). Representante da Geografia no CREA-SP (2014-2019). Editor do Boletim Paulista de Geografia (2015-2018).

Referências

ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E. Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Ed. Contexto, 2002.

ALMEIDA, R. D.; SANCHEZ, M. C.; PICARELLI, A. Atividades Cartográficas. 1a ed., vol. 01. São Paulo: Atual, 1995.

ANDRADE, U. O.; DE BIASI, M. Estratégias de ensino-aprendizagem de escala cartográfica linear junto aos estudantes de Geografia da UFAL. Caderno de Geografia, v. 29, n. 59, p. 912-926, 2019. DOI: https://doi.org/10.5752/P.2318-2962.2019v29n59p912

ANTUNES, A. R.; MENANDRO, H. F.; PAGANELLI, T. I. Estudos Sociais: teoria e prática. 1 ed. Rio de Janeiro: Access Editora, 1993.

ATKINSON, P. M.; TATE, N. J. Spatial scale problems and geostatistical solutions: a review. The Professional Geographer, v. 52, n. 4, p. 607-623, 2000. DOI: https://doi.org/10.1111/0033-0124.00250

BHAVSAR, N. A.; KUMAR, M.; RICHMAN, L. Defining gentrification for epidemiologic research: A systematic review. Plos one, v. 15, n. 5, p. e0233361, 2020. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0233361

BRASIL, Decreto-lei nº 89.817 de 20 de junho de 1984. Instruções Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia Nacional. Casa Civil: Subchefia para assuntos jurídicos, Brasília, 19 out. 2010.

BRASIL, Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ministério da Educação. Brasília, 2017.

BREWER, C. A.; BUTTENFIELD, B. P. Framing guidelines for multi-scale map design using databases at multiple resolutions. Cartography and Geographic Information Science, v. 34, n. 1, p. 3-15, 2007. DOI: https://doi.org/10.1559/152304007780279078

BROTTON, J. Uma História do Mundo em Doze Mapas. 1a ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

BROWN, R. M. Map Making and Map Reading. Journal of Geography, v. 3, n. 2, p. 65-74, 1904. DOI: https://doi.org/10.1080/00221340408986020

BUDIN, C. J. Múltiplas Linguagens na Produção do Saber Geográfico Escolar. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 10, n. 19, p. 67-90, 2020. DOI: https://doi.org/10.46789/edugeo.v10i19.910

CAO, C.; LAM, N. S. Understanding the scale and resolution effects in remote sensing and GIS. In: Scale in remote sensing and GIS. Routledge, 1997. p. 57-72. DOI: https://doi.org/10.1201/9780203740170-4

CASTELLAR, S. M. V. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cadernos Cedes, v. 25, p. 209-225, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622005000200005

CASTRO, I. E. Análise Geográfica e o problema epistemológico da escala. Anuário do Instituto de Geociências, v. 15, p. 21-25, 1992. DOI: https://doi.org/10.11137/1992_0_21-25

CASTRO, I. E. O problema da escala. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. da C.; CORRÊA, R. L. Geografia: conceitos e temas. 2a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 117-140.

COCKRELL, J.; PETCOVIC, H. Teaching topography using 3D printed terrain in an introductory earth science course: A pilot study. Journal of Geoscience Education, v.70, n.1, p. 2-12, 2022. DOI: https://doi.org/10.1080/10899995.2021.1927569

DABIRI, Z.; BLASCHKE, T. Scale matters: a survey of the concepts of scale used in spatial disciplines. European Journal of Remote Sensing, v. 52, n. 1, p. 419-434, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/22797254.2019.1626291

DAVIS, F. et al. Environmental analysis using integrated GIS and remotely sensed data- Some research needs and priorities. Photogrammetric Engineering and Remote Sensing, v. 57, n. 6, p. 689-697, 1991.

DUARTE, R. G. A linguagem cartográfica como suporte ao desenvolvimento do pensamento espacial dos alunos na educação básica. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 187-206, 2017. DOI: https://doi.org/10.46789/edugeo.v7i13.493

DUNGAN, J. L. et al. A balanced view of scale in spatial statistical analysis. Ecography, v. 25, n. 5, p. 626-640, 2002. DOI: https://doi.org/10.1034/j.1600-0587.2002.250510.x

FABRICANT, S. I. Evaluating the usability of the scale metaphor for querying semantic information spaces. Spatial Information Theory: Foundations of Geographic Information Science, p. 156-171, 2001. DOI: https://doi.org/10.1007/3-540-45424-1_11

FERREIRA, G. M. L.; MARTINELLI, M. A caminho dos mapas. 1 ed. São Paulo: Moderna, 2013.

FRANK, A. U.; TIMPF, S. Multiple representations for cartographic objects in a multi-scale tree - an intelligent graphical zoom. Computers & graphics, v. 18, n. 6, p. 823-829, 1994. DOI: https://doi.org/10.1016/0097-8493(94)90008-6

FRIEDMAN, H. An Approach to the teaching of generalization relative to map scale at the secondary school level. 59th Annual Meeting of The Association of American Geographers, Denver, Colorado, 1-5, 1963.

GIBSON, C. C.; OSTROM, E.; AHN, T. The concept of scale and the human dimensions of global change: a survey. Ecological economics, v. 32, n. 2, p. 217-239, 2000. DOI: https://doi.org/10.1016/S0921-8009(99)00092-0

GOODCHILD, M. F. Metrics of scale in remote sensing and GIS. International Journal of Applied Earth Observation and Geoinformation, v. 3, n. 2, p. 114-120, 2001. DOI: https://doi.org/10.1016/S0303-2434(01)85002-9

GOODCHILD, M. F.; PROCTOR, J. Scale in a digital geographic world. Geographical and environmental modelling, v. 1, p. 5-24, 1997.

GOODCHILD, M.F.; QUATTROCHI, D.A. Scale, multiscaling, remote sensing and GIS. In: QUATTROCHI, D.A.; GOODCHILD, M.F. Scale in remote sensing and GIS. Boca Raton: Lewis Publishers. 1997. p.1-11.

HARVEY, D. Explanation in Geography. London: Edward Arnold, 1969, 521 p.

IBGE. Noções Básicas de Cartografia: Caderno de Exercícios. Rio de Janeiro, 1999. Disponível em: < https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=281661 Acesso em: 12 de janeiro de 2025.

JONES, M. G. et al. Experienced and novice teachers’ concepts of spatial scale. International Journal of Science Education, v. 30, n. 3, p. 409-429, 2008. DOI: https://doi.org/10.1080/09500690701416624

KING, A. W. Translating models across scales in the landscape. In: Quantitative methods in landscape ecology: the analysis and interpretation of landscape heterogeneity, v. 82, p. 479, 1991. DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-4757-4244-2_19

LE SANN, J. G. A caminho das Noções Básicas de Geografia. 1 ed. Belo Horizonte: Dimensão, 2001.

LE SANN, J. Geografia no ensino fundamental I. Belo Horizonte: Editora Argvmentvm, 2009.

MEENTEMEYER, V. Geographical perspectives of space, time, and scale. Landscape Ecology, v. 3, p. 163-173, 1989. DOI: https://doi.org/10.1007/BF00131535

OLIVEIRA, L. Estudo metodológico e cognitivo do mapa. Universidade de São Paulo, Instituto de Geografia, 1978.

PASSINI, E. Y. O que significa Alfabetização Cartográfica. Boletim de Geografia, v.17, n.1, p. 125 - 135, 1999.

PEREIRA, C. M. R. B.; CASTELLAR, S. M. V. Fundamentos do raciocínio geográfico e educação geográfica brasileira. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 14, n. 24, p. 05-30, 2024. DOI: https://doi.org/10.46789/edugeo.v14i24.1478

QUATTROCHI, D. A. The need for a lexicon of scale terms in integrating remote sensing data with geographic information systems. Journal of Geography, v. 92, n. 5, p. 206-212, 1993. DOI: https://doi.org/10.1080/00221349308979654

QUEIROZ, A.P. Análise Espacial em perguntas. São Paulo: EDUSP, 2024.

RACINE, J.B.; RAFFESTIN, C.; RUFFY, V. Escala e ação, contribuições para uma interpretação do mecanismo de escala na prática da Geografia. Revista Brasileira de Geografia. v.45, (1), p.123-135. 1983.

RICHTER, D. A linguagem cartográfica no ensino de Geografia. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 7, n. 13, p. 277-300, 2017. DOI: https://doi.org/10.46789/edugeo.v7i13.511

SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C. Systematic review studies: a guide for careful synthesis of the scientific evidence. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 11, p. 83-89, 2007.

SAMPAIO, A. C. F.; MENEZES, P.M.L.; MELO, A. A. O ensino de cartografia no curso de licenciatura em geografia: uma discussão para a formação do professor. Caminhos de Geografia. v. 20, p.14-22. 2005. DOI: https://doi.org/10.14393/RCG61615402

SANTOS, D. F. dos. O Pantógrafo no ensino de conceitos geométricos à luz da educação matemática realística. 2020. 133f. Tese (Mestrado em Ensino de Matemática) Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.

SARASWATI ENGLISH HIGH SCHOOL & JR. COLLEGE. Geography Digest: Standard VIII, 2020. Disponível em: https://sehschool.wordpress.com/. Acesso em: 26 de abril de 2023.

SIMIELLI, M. E. O mapa como meio de comunicação e a Alfabetização Cartográfica. In: ALMEIDA, R. D. Cartografia Escolar. 1a ed. São Paulo: Contexto, 2007., p. 71-94.

SIMIELLI, M. E. Primeiros Mapas: como entender e construir. 5 ed., v.3. São Paulo: Editora Ática S.A, 2006.

SOUKUP, J. Levantamentos expeditos em pesquisas de geografia. Boletim Paulista de Geografia, n. 20, p. 76-97, 1955.

SOUZA, A. J. de; MEURER, C. C. B. de S.; CRISTIANO, D. et al (orgs.). Cartografia. Indaial: Uniasselvi, 2013.

SOUZA, J. V. R.; OSTI, A. Escalas geográficas e suas representações por estudantes do Ensino Fundamental II. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 14, n. 24, p. 05-30, 2024. DOI: https://doi.org/10.46789/edugeo.v14i24.1377

STONE, K. H. A geographer's strength: The multiple-scale approach. Journal of Geography, v. 71, n. 6, p. 354-362, 1972. DOI: https://doi.org/10.1080/00221347208981686

TEMPLIER, M.; PARÉ, G. A framework for guiding and evaluating literature reviews. Communications of the Association for Information Systems, v. 37, n. 1, p. 6, 2015. DOI: https://doi.org/10.17705/1CAIS.03706

TOBLER, W. Measuring spatial resolution. In: Proceedings, Land Resources Information Systems Conference. 1987. p. 12-16.

TOWLER, T. O.; NELSON, L. D. The elementary school child's concept of scale. Journal of Geography, v. 67, n. 1, p. 24-28, 1968. DOI: https://doi.org/10.1080/00221346808981035

TRETTER, T. R. et al. Conceptual boundaries and distances: Students' and experts' concepts of the scale of scientific phenomena. Journal of Research in Science Teaching: The Official Journal of the National Association for Research in Science Teaching, v. 43, n. 3, p. 282-319, 2006. DOI: https://doi.org/10.1002/tea.20123

WIEGAND, P. Educational Cartography. International Research in Geographical and Environmental Education, v.12, n.4, 2003. DOI: https://doi.org/10.1080/10382040308667546

WIEGAND, P. Learning and teaching with maps. New York: Routledge, 2006. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203477793

Downloads

Publicado

19/05/2025

Como Citar

Sena, J. de O., & Queiroz, A. P. de. (2025). Ensino de escala : representações gráficas e atividades. Revista Brasileira De Educação Em Geografia, 15(25), 05–30. https://doi.org/10.46789/edugeo.v15i25.1403