Das políticas e desmontes educacionais às resistências cotidianas da periferia

maneiras outras de pensar os currículos de ensino de Geografia

Autores

  • Danielle Willemann Sutil de Oliveira Universidade Federal do Paraná
  • Fernando Mendes de Souza Universidade Federal do Paraná https://orcid.org/0000-0001-8928-3809

DOI:

https://doi.org/10.46789/edugeo.v13i23.1164

Palavras-chave:

Políticas educacionais, Resistência cotidiana, Geografia escolar

Resumo

Neste artigo buscamos apresentar um breve diálogo acerca dos ataques e desmontes educacionais que têm sido promovidos ao longo dos últimos anos por parte do Estado e dos agentes reformadores da educação. Do mesmo modo, demonstramos que estas políticas não são aceitas de forma pacífica ou alienada, sendo promovidos inúmeros movimentos de resistência, principalmente nas regiões periferizadas, por parte dos sujeitos educandos. Estas resistências manifestam-se, majoritariamente, no plano do cotidiano e local. As considerações aqui colocadas são fruto de estudos realizados em conjunto com estudantes da região periférica da cidade de Curitiba/PR, protagonistas do movimento de ocupações de escolas no ano de 2016, por meio de entrevistas e oficinas de cartografia colaborativa. Para tanto, subdividimos a discussão em três momentos, no primeiro apresentamos quais são as políticas educacionais que têm sido implementadas nos últimos anos, num segundo momento evidenciamos as resistências construídas no plano do cotidiano, que se contrapõem a lógica anteriormente exposta, fechando por fim com um debate voltado para o ensino de geografia, buscando repensá-lo tendo por base as vivências, territorialidades e experiências dos educandos.

Palavras-chave

Políticas educacionais, Resistência cotidiana, Geografia escolar.

 

From educational policies and disassembles to peripheral everyday resistance: other ways to think Geography teaching curricules

Abstract

In this article, we seek to present a brief discussion about attacks and dismantlings on education, promoted by the State and reformers of education over the last few years. Also, we demonstrate that these policies are not accepted in a peaceful or alienated way, with student subjects promoting many resistance movements, mostly in peripheralized regions. These resistances manifest themselves mainly on an everyday life and local basis. The considerations made here are the result of studies held with students of the peripheral region of Curitiba/PR, protagonists of the school occupations movement of 2016, through interviews and collaborative cartography workshops. For this purpose, we subdivided this discussion in three moments, in the first we present what are the educational policies implemented in the past years, in the second we highlight the resistances built on everyday life, opposing the logic presented before, closing with a discussion towards the teaching of geography, to rethink it based on students experiences and territorialities.

Keywords

Educational policies, Everyday resistance, School Geography.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, Layla Maria.; PINHEIRO, Veralúcia. A resistência dos estudantes frente ao projeto de administração das escolas públicas de Anápolis/GO pelas Organizações Sociais. IV CEPE UEG. Goiás. 2018.

ARROYO, Miguel. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Ed. Vozes, 2012.

BARBIANI, Rosangela. Mapeando o discurso teórico latino-americano sobre juventude(s): a unidade na diversidade. Revista Textos & Contextos, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 138-153, jan/jun, 2007.

BARRIGA, Ángel Diaz. La educación em valores: Avatares del currículum formal, oculto y los temas transversales. Revista Electrônica de Investigación Educativa, Baja California, v. 7, n. 2, p. 2-15, 2006.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 95. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Para Instituir o Novo Regime Fiscal, e Dá Outras Providências. Diário Oficial da União, Brasília, 16 dez. 2016.

BRASIL. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e o Decreto-Lei no 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Portal da Legislação, Brasília, 16 fev. 2017.

CARRANO, Paulo Cesar Rodrigues; DAYRELL, Juarez Tarcísio. Jovens no Brasil: difíceis travessias de fim de século e promessas de um outro mundo In: Trayectorias y travesías juveniles en el Cono Sur, Revista JOVENes, México, n. 17, 2003.

DAYREL, Juarez. O jovem como sujeito social. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 5/6, n.24, p. 40-52, 2003.

FERNANDES, Bernardo Mançano. Entrando nos Territórios do Território. In: PAULINO, E.T.; FABRINI, J.E. (orgs.) Campesinato e territórios em disputas. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 273-302.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1992

FREITAS, Luiz. Carlos. de. Os empresários e a política educacional: como o proclamado direito à educação de qualidade é negado na prática pelos reformadores empresariais. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v. 6, n. 1, p. 48-59, jun. 2014

FREITAS, Luiz. Carlos. de. Privatização do ensino público no Brasil e movimentos de resistência dos estudantes. Desidades, Rio de Janeiro, v. 13, p. 28-31, dez. 2016.

GIROTTO, Eduardo Donizeti. Entre o cinismo e a hipocrisia: o novo ciclo de reformas educacionais no Brasil. Educ. Rev., Curitiba, v. 34, n. 71, p. 159-174, Oct. 2018.

GUTIÉRREZ, Raquel Aguilar. Horizontes comunitario-populares producción de lo común más allá de las políticas estado-céntricas. Madrid: Ed. Traficantes de sueños, 2017.

KERBAUY, Maria Teresa Miceli. Políticas de juventude: políticas públicas ou políticas governamentais. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 18/19, p. 193-206, 2005.

MENEZES, Ana Célia Silva; ARAÚJO, Lucineide Martins. Currículo, contextualização e complexidade: espaço de interlocução de diferentes saberes. In: RESAB; Currículo, Contextualização e Complexidade: elementos para se pensar a escola no semi-árido. Juazeiro: Selo Editorial RESAB, p. 33-47, 2007.

MORAES, Emanuella Leite Rodrigues de. Espaços possíveis, tempos esparsos: gênero, geração e território. Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, v. 10, n. 21, p. 113-130, jan/abr, 2017.

RIBEIRO, Ana Clara Torres. Teorias da ação. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2014.

SAVIANI, Dermeval. O Plano de Desenvolvimento da Educação: análise do projeto do MEC. Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 1231-1255, out. 2007.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

SPÓSITO, Marilia Pontes. A Ilusão fecunda: a luta por educação nos movimentos populares. São Paulo: Hucitec; Edusp, 1993.

ZIBECHI, Raúl. Territórios em resistência: cartografia política das periferias urbanas latino-americanas/Raúl Zibechi. Rio de Janeiro: Consequência, 2015.

Downloads

Publicado

07/04/2023

Como Citar

Oliveira, D. W. S. de, & Souza, F. M. de. (2023). Das políticas e desmontes educacionais às resistências cotidianas da periferia: maneiras outras de pensar os currículos de ensino de Geografia. Revista Brasileira De Educação Em Geografia, 13(23), 05–18. https://doi.org/10.46789/edugeo.v13i23.1164

Artigos Semelhantes

<< < 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.